Porque o futebol devia ser assim

Porque o futebol devia ser assim

sexta-feira, 5 de março de 2010

Mudámos para melhor

Agora o "Outra Visão" tornou-se "A Outra Visão" e está sediado noutro local. Vamos ser ainda mais profissionais e iremos continuar a dar-vos a visão do futebol que todos merecem.

visitem:

www.aoutravisao.wordpress.com

A Outra Visão

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Novidades no "Outra Visão"

Devo, desde já, agradecer a todos os que lêem, seguem e comentam os artigos do "Outra Visão". Para mim, é extremamente importante tornar este blog cada vez melhor e o mais interactivo possível.
Assim sendo, serão efectuadas algumas melhorias no blog que serão visíveis no próximo mês de Março. Até lá, conto com o vosso feedback, para saber o que gostariam de ver alterado neste blog e para saber todas as vossas sugestões.

Obrigado pela vossa preferência,

Balakov10

Olho Clínico - Aiden McGeady (IRL)

Joga no bastião dos irlandeses na Escócia (Celtic) e é, provavelmente, o melhor jogador da nova geração de futebolistas do Eire: McGeady.
Extremo direito rápido, incisivo e tecnicista, Aiden McGeady prima por ser um jogador muito objectivo que tornou-se, desde 2004, num jogador fundamental na manobra do Celtic Glasgow e da selecção da Irlanda, pela qual já tem 31 internacionalizações.
Ideal para jogar num esquema de 4-3-3, McGeady também pode jogar como ala direito em 4-4-2 clássico ou, até, como segundo avançado sempre com a mesma raça e qualidade que o caracteriza.
Aos 23 anos, o irlandês já é seguido por meia europa e não espantaria que desse o salto, já este ano, para um colosso do futebol europeu. Sigam-no num qualquer jogo do Celtic ou da República da Irlanda e confirmem a minha tese.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Benfica - Haverá equipa para ganhar a Liga Europa e o Campeonato?

Todos recordamos a época 2004/05. Na jornada 31, Peseiro poupa bastantes jogadores para uma deslocação difícil a Braga. Na altura, parecia óbvio que o então treinador leonino apostava todas as suas fichas na Taça UEFA e deixava o campeonato para segundo plano. Todavia, o incrível aconteceu e o Sporting, com Pinilla endiabrado, foi ganhar 3-0 a Braga e ficou em condições priveligiadas para ser campeão, levando Peseiro a apostar em ganhar as duas competições. Infelizmente para os sportinguistas, o resultado foi o que se viu.
O Benfica de Jorge Jesus passa agora pelo mesmo dilema. Com um excelente onze, mas com alguma falta de banco, os encarnados vêem-se com condições reais de vencerem Liga Europa e Liga Sagres, mas será que têm pulmão para as duas competições?
Nota-se, claramente, um decréscimo de forma do "Glorioso" nesta segunda volta, situação que, curiosamente, costuma acontecer às equipas de JJ (lembram-se do Felgueiras (95/96)?) e os jogos com Belenenses e Hertha foram claros exemplos desse afrouxamento competitivo.
Assim sendo, o Benfica entra nesta difícil fase com uma enorme dúvida existencial: Meter todas as fichas numa competição ou dar tudo por tudo por ambas? Óbviamente que os adeptos quererão que os encarnados tentem ganhar tudo, mas as suas ambições são sempre moldadas pelo coração e não pela razão. Depois, se o Benfica não ganhar nada, vão esquecer tudo isso e culpablizar o elo mais fraco, o treinador...
Um difícil dilema para Jorge Jesus decidir, sempre com o fantasma do Sporting de Peseiro a pairar no ar...

Olho Clínico - Stanislav Sestak (ESL)

A Eslováquia não chegou a este mundial por acaso e poderá muito bem ser uma surpresa na África do Sul. Comandada pelo napolitano Hamsik, a selecção centro-europeia tem, ainda assim, outros excelentes executantes tal como, por exemplo, Sestak.
O atacante do Bochum, de 27 anos, é um atacante que iniciou a sua carreira no Tatran Presov, em 2000, mas só explodiu a partir de 2004, quando chegou ao Zilina. Nesse clube, Stanislav Sestak fez, em 3 anos, 49 golos em 99 jogos, ajudando a equipa eslovaca a ganhar dois campeonatos e uma taça da Eslováquia.
Trata-se de um goleador muito rápido e oportuno, que, não sendo muito alto (1,80 metros), faz alguns golos de cabeça. Pode actuar sozinho no ataque em 4-3-3, mas, sinceramente, penso que funciona muito melhor na companhia de outro avançado num sistema de 4-4-2 ou 3-5-2.
No Bochum desde 2007, tem feito alguns golos (76 jogos, 27 golos), todavia, tem tido mais dificuldades, pois está a jogar numa equipa que se limita a lutar por não descer na Bundesliga.
Um jogador para seguirem com muita atenção, este verão, no Mundial 2010, pois Sestak irá, certamente, aumentar o seu pecúlio de golos (tem 10 em 29 jogos) na África do Sul e, quiçá, alcançar um clube de maior impacto mediático.

Aqui segue um link para apreciarem as qualidades de Sestak e confirmarem a minha tese

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Análise à ronda europeia

Portugal não se pode queixar da última ronda das competições europeias. Consolidámos o nosso nono lugar no ranking, o que nos permitirá regressar às seis equipas "uefeiras" em 2011/12 e continuamos com boas prespectivas de todos se apurarem para a próxima fase.

Em Liverpool, o Sporting fez uma boa primeira parte e, até, devia ter chegado ao intervalo com outro resultado. Curiosamente, acabou por ser na altura em que jogou pior (segunda metade) que chegaria ao golo que se pode vir a revelar precioso. Este 1-2, que os leões trazem da terra dos Beatles é claramente recuperável, até porque a defesa do Everton não assusta ninguém...

No Dragão, diante do Arsenal, o FC Porto, mesmo com Hulk sem poderes, conseguiu uma vantagem mínima (2-1) graças a Fabianski e a um árbitro amigo. Agora, no Emirates, os dragões terão de ser uma equipa solidária e com enorme força interior para suportarem a enorme pressão que os ingleses irão impor desde o primeiro minuto. Vai ser muito difícil.

Por fim, em Berlim, num estádio frio como o tempo, o Benfica acabou por desiludir ao não ir além de um empate (1-1) no campo do saco de pancada da Bundesliga, o Hertha. Ainda assim, o golo fora de Di Maria, aliado à colossal diferença de valores entre os dois conjuntos, prevê, se tudo correr na normalidade, uma vitória fácil dos encarnados na segunda mão.

Espero, sinceramente, que todos sigam em frente e que continuemos a subir no ranking da UEFA.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

José Eduardo Bettencourt - As patetices

Antes de mais, devo dizer que nunca entendi que Paulo Pereira Cristóvão fosse uma boa opção para o Sporting. Pareceu-me demasiado demagogo e com um discurso que, muitas vezes, me recordou de João Vale e Azevedo. No entanto, tenho que admitir que JEB está, provavelmente, a seguir um caminho quase parecido ao do dono do "Lucky Me"
Desde o Paulo Bento "Forever", que Bettencourt, de quando em vez, lança a sua parvoíce semanal, todavia, a última semana trouxe, em apenas uma entrevista, três tiradas que, para mim, são assustadoras.

1-"O quarto lugar é o nosso objectivo!" Enganas-te JEB, o objectivo é ganhar todos os jogos até ao final da época e seguir o campeonato com o máximo de dignidade possível. O Sporting nunca pode traçar o quarto lugar como objectivo. Quanto muito, dizias que o Sporting tem a obrigação de não ficar abaixo do quarto lugar. Objectivos desses são para o Nacional e o Vitória de Guimarães.

2- "Gostava que Paulo Bento estivesse no Sporting para sermos os dois a dar o corpo às balas!" Esta é ainda mais assustadora. Depois de Paulo Bento ter saído e ter vindo Carvalhal, JEB exalta o antigo treinador com um mórbido saudosismo. Será que se arrependeu de ter ido buscar Carlos Carvalhal? Será que já não se preocupa com o bem estar do plantel e do actual treinador. Será que já fez reset nesta época e já nada o preocupa? Qualquer das hipóteses é aberrante.

3-"Gostava que o Sp. Braga fosse campeão e não necessito dizer porquê!" Tens razão, não necessitas de dizer porquê. Queres que o Braga seja campeão porque pensas pequenino e porque estás mais preocupado que o Benfica seja campeão do que em tornares o teu clube vencedor...

Depois disto, não há aí ninguém que queira ser Presidente do Sporting? Para além do Paulo Pereira Cristovão claro.

Olho Clínico - Shinji Okazaki (JAP)

Pequenino de estatura (1,73 metros), mas enorme de talento. Ele é o novo bombardeiro do futebol japonês: Shinji Okazaki.
O atacante nipónico de 23 anos, actua no Shimizu S-Pulse e, só no ano de 2009, marcou 15 golos pela selecção do Japão, sendo distinguido pela IFFHS como o melhor goleador mundial desse ano.
Rápido, tecnicista e muito oportuno, é o avançado ideal para jogar ao lado de outro mais possante. Uma espécie de Saviola japonês.
A crescer no S-Pulse e, cada vez mais, um indiscutível da selecção do país do sol nascente, Okazaki está à beira de dar o salto para um futebol mais competitivo. Procurem-no num jogo da selecção do Japão ou até mesmo na J-League (dá na Eurosport 2) e confirmem a minha tese.

Raúl Meireles por Rúben Micael - A mudança radical


Sei que foi algo em que várias vezes insisti neste blog. Na minha opinião, Raúl Meireles não estava, de maneira nenhuma, a acrescentar fosse o que fosse ao futebol do FC Porto esta temporada.
Numa equipa que joga com um meio campo a três, em que um não ataca (Fernando) e um não defende (Belluschi), é necessário um número 8 que saiba fazer, na perfeição, as duas coisas e que saiba ligar as posições 6 e 10, potenciando, até, a exibição dos seus dois outros colegas.
Rúben Micael é, sem dúvida, o homem ideal para essa função. Após a sua entrada na equipa portista, notou-se que o FC Porto passou a controlar com muito maior facilidade o meio campo, passou a criar mais oportunidades de golo e, acima de tudo, potenciou muito mais a enorme qualidade do argentino Belluschi.
Assim sendo, é claro, pelo menos para mim, que Raúl Meireles perde espaço no FC Porto. Um problema para Jesualdo Ferreira? Duvido, pois, provavelmente, vendo que tem concorrência, Raúl Meireles poderá se esforçar por voltar a ser uma alternativa credível como noutras temporadas. Até lá, os portistas agradecem a contratação de Rúben Micael.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Análise ao sorteio de qualificação para o Euro 2012

Portugal não se pode queixar do sorteio referente ao Euro 2012. O caminho para a Polónia/Ucrânia colocou-nos no caminho de três equipas escandinavas (Dinamarca, Noruega e Islândia) e de Chipre. Quatro equipas que, em principio, não têm os mesmos argumentos que a equipa das quinas. Ainda assim, a bem conhecida Dinamarca, que não conseguimos vencer na qualificação para o Mundial 2010 (ainda que tivemos muito azar nos dois jogos...) será a equipa que mais dificuldades nos pode causar. Bem organizada defensivamente e com alguns jogadores de qualidade na frente como Bendtner e Tomasson, será sempre uma equipa complicada, todavia, claramente ao nosso alcance.
Por outro lado, a Noruega também não será um conjunto muito diferente dos dinamarqueses, ainda que seja ligeiramente mais frágil. A equipa de John Carew pratica um futebol ainda mais físico do que o da pátria de Hamlet e muito baseado nos cruzamentos para a área. Assim sendo, com atenção às bolas paradas e fazendo circular a bola com velocidade, Portugal ultrapassará, facilmente, os noruegueses.
Por fim, qualquer empate com Chipre ou Islândia será sempre um mau resultado. Apesar de não serem equipas como o Luxemburgo ou Malta, são conjuntos frágeis e que jogarão sempre para o empate contra Portugal. Ainda assim, atenção a Gudjohnsen (Islândia) e Konstantinou (Chipre), dois jogadores talentosos e que poderão surpreender a nossa equipa.
Na minha opinião, se Portugal for igual a si próprio, vencerá, sem dificuldade, este grupo de qualificação.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

E segundo os leitores do "Outra Visão" o Benfica já venceu a Taça da Liga

O clube de Jorge Jesus é, para os leitores do "Outra Visão", o principal favorito à conquista da Taça da Liga.
O Benfica, que ainda se encontra em três frentes (Liga Sagres, Liga Europa e Taça da Liga), terá, contudo, que ultrapassar o Sporting na meia final e, posteriormente, o vencedor do jogo FC Porto-Académica na final, para cumprir esta "profecia".
Nesta sondagem, o FC Porto ficou na segunda posição e o Sporting quedou-se pela terceira.




Resultados finais:
  1. Benfica 62%
  2. FC Porto 25%
  3. Sporting 13%

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Olho Clínico - Yasser Al-Qahtani (ARA)

Conhecido como "Sniper" ou "Robin Wood", ele é, provavelmente, o melhor jogador do Golfo Pérsico: Yasser Al-Qahtani.
Baixinho, rápido e desconcertante, trata-se de um avançado muito forte no um contra um e com enorme apetência para marcar golos. Tanto na Liga Saudita como na sua selecção, Al-Qahtani atingiu sempre uma enorme posição de destaque com golos frequentes e marcados tanto com os pés como de cabeça (apesar de não ser alto, tem excelente impulsão).
Aos 27 anos, o saudita pode-se orgulhar de já ter feito 44 golos pela Arábia Saudita (94 jogos) e, tendo em conta a sua idade, poderá fazer ainda muitos mais.
Ainda assim, Yasser Al-Qahtani ainda se encontra no campeonato local, no Al-Hilal, mas, na minha opinião, está na hora de algum clube europeu apostar nele. Se duvidam das suas capacidades, vejam o video abaixo e sigam-no num jogo da selecção saudita, para confirmarem a minha tese.

E afinal não era só o Sá Pinto...

Hoje, em pleno aeroporto da Portela, e em vésperas do sorteio de qualificação para o Euro 2012, Carlos Queiroz (esse mesmo, o seleccionador nacional) e o comentador Jorge Baptista envolveram-se em confrontos, que, segundo o comentador, incluiram agressões do actual timoneiro da equipa das quinas.
Infelizmente, verificamos que o caso entre Sá Pinto e Liedson não é nada isolado, mas sim um sintoma do nosso futebol. Um desporto sem lei, regras e em que tudo passa impune, mesmo quando existem filmagens e gravações a comprová-lo.
Depois da célebre "defesa do menino" de Scolari, estou, neste momento, bastante curioso por ver qual será a argumentação de Carlos Queiroz e ainda estou mais curioso por saber quais serão as medidas da Federação em relação a mais este caso.
Infelizmente, quase que posso apostar que vão apostar no branqueamento... e vocês?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sporting - Crónicas de uma época perdida

Para mim, de todo o desastre que foi a exibição dos leões em pleno Estádio do Dragão, ressaltou a imagem de Adrien Silva e Abel, no banco, de olhos postos no chão. Passivos, perdidos, sem esperança e, muito provavelmente, com a vontade de desaparecerem dali o mais rapidamente possível.
Infelizmente para o universo verde e branco, o Sporting é, neste momento, uma equipa sem objectivos para o resto da época. Em poucos dias, o Sporting hipotecou Campeonato, acesso à Liga dos Campeões e Taça de Portugal, restando, neste momento, lutar pela Taça da Liga e, até, pelo acesso à Liga Europa 2010/11.
Neste momento, o Sporting até tem um plantel razoável e, principalmente, depois da entrada de João Pereira, até se viram melhorias exibicionais relevantes, todavia, o jogo do Dragão foi um autêntico regresso ao passado.
Uma equipa sem alma, sem vontade, sem rumo e sem ambição entrou para o jogo com o FC Porto e os portistas, até desfalcados de alguns jogadores, atropelaram o Sporting e aplicaram-lhe um correctivo doloroso.
Continua-se sem perceber a insistência em Adrien Silva (que pobreza...) e Rui Patrício. Grimi?? nem vamos falar. Mais do que uma equipa, o Sporting limitou-se a ser um grupo de onze rapazes.
Assim sendo, resta agora ao Sporting lutar pela sua dignidade e evitar a todo o custo cair ainda mais na classificação. Já viram a vergonha que era para os leões, ficarem fora das competições europeias?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CAN - Venceu o Egipto, venceu o futebol

Após a eliminação de Angola, tornou-se óbvio para mim torcer pelo Egipto. A equipa egípcia representava tudo o que eu gosto no desporto rei. Uma combinação sedutora de futebol ofensivo e raçudo que, na verdade, representava um futebol antigo e distante. Aquele futebol que muitos adeptos ainda procuram na CAN, último reduto esquecido do outrora conhecido como jogo bonito.
Curiosamente, na final, o Egipto apanhou um Gana defensivo e que chegou ao jogo decisivo com vitórias magras e uma defesa muito próxima daquela que a Grécia usou no Euro 2004 (Infelizmente com sucesso...).
Assim sendo, fiquei muito feliz com a vitória dos "Faraós" (1-0 golo de Geddo) e por a CAN ter sido vencida pela melhor selecção. Aquela que nos deu o melhor futebol e os melhores intérpretes como Moteab, Hassan ou o suplente goleador Geddo.
Parabéns Egipto!

Emigrantes - Será Pedro Mendes o símbolo do regresso?

Jean Marc Bosman é um nome odiado por todos aqueles que, realmente, gostavam do futebol puro e que cresceram a ver as equipas europeias com 3 ou 4 estrangeiros fora de série.
Antes deste belga revolucionar o futebol, jogar com uma equipa inglesa, italiana ou albanesa era defrontar uma real equipa daquele país. Havia estrangeiros, é claro, mas poucos e os que haviam eram daqueles que realmente faziam a diferença.
Depois da Lei Bosman, o futebol tornou-se, ainda mais, num negócio. Os jogadores tornaram-se cada vez mais uma mercadoria e os clubes descaracterizaram-se, deixando muitos adeptos tristes e desiludidos. Afinal, representará o Arsenal a cidade de Londres ou um mundo globalizado? O próprio Benfica, que em tempos se vangloriou por só jogar com portugueses, é, agora, uma Macedónia de nacionalidades.
Assim sendo, fiquei muito satisfeito por verificar que muitos atletas portugueses regressaram ao seu país de origem. Pedro Mendes, que assinou pelo Sporting, foi o mais mediático, mas jogadores como Neca, Ricardo Silva, Antunes ou André Leão também optaram por voltar à Liga Sagres e ajudarem o campeonato, no fundo, a ser mais "nosso".
Sei que, por razões financeiras, não é fácil, mas espero que os clubes portugueses continuem a optar por jogadores nacionais. Afinal, esses não têm problemas de adaptação, são mais fiáveis e aproximam mais os clubes dos adeptos, podendo, até, potenciar as assistências da nossa Liga Sagres.
Espero, sinceramente, que os clubes percebam que a aposta no jogador português desde a formação é o único caminho viável para valorizarmos o nosso futebol.

Olho Clínico - Alan Dzagoev (RUS)

Franzino e aparentando ser mais baixo do que realmente é, Alan Dzagoev é, provavelmente, a maior das promessas do futebol russo.
Apesar de ter apenas 19 anos, já é titular no CSKA Moscovo, onde se destaca pela sua velocidade, técnica e, também, por fazer muitos golos. Trata-se de um médio ofensivo, que joga preferencialmente no centro de terreno, sendo uma espécie de nº 10, mais moderno do que clássico e que muitos consideram o novo Frank Lampard.
Dzagoev, atleta conhecido por ser muito humilde e trabalhador, também já conseguiu chegar à selecção russa, onde deslumbrou todos os que tiveram o prazer de o ver actuar.
Assim sendo, é, sem dúvida, um jogador para todos procurarem, seja num jogo do CSKA na Champions League, ou, ao invés num encontro da selecção russa. Ainda assim, deixo já um vídeo para aguçar o apetite.

E afinal o Farías ficou no Dragão...

Como tiveram a oportunidade de ler, eu tinha sérias dúvidas das vantagens da troca entre Farías e Kléber.
Na minha opinião, dar cinco milhões e meio de euros mais o passe do goleador argentino em troca de um avançado que poderia ser o novo Keirrison era algo no mínimo arriscado e poderia se tornar num dos piores negócios dos últimos tempos.
Assim sendo, parece que nem FC Porto nem Kléber cederam nas negociações e tudo voltou à primeira forma. Os dragões mantêm um goleador adaptado ao nosso futebol e que costuma não causar problemas no balneário, poupando ainda muito dinheiro.
O Cruzeiro mantém o seu "Gladiador" para gáudio da sua torcida.
Sinceramente, acho que foi o melhor para todos.

sábado, 30 de janeiro de 2010

O risco da troca: Kléber/Farías

Devo admitir que estranho a mais do que provável troca entre FC Porto e Cruzeiro de Farías por Kléber.
Sei que os dragões não estão a fazer a época que sonhavam e compreendo que aquisições nesta altura da época podem dar aos adeptos alguma ilusão, todavia, não entendo a troca de um jogador adaptado ao futebol português e mais 5,5 milhões de euros por uma incógnita.
Ernesto Farías raramente foi titular no FC Porto, mas sempre que saltava do banco costumava corresponder com golos. Perdi a conta dos pontos que o "Tecla" deu aos azuis e brancos e tenho a certeza que será dos melhor jogadores de sempre no rácio: Minutos/Golos.
Kléber, por sua vez, é um excelente jogador e isso está acima de qualquer suspeita, todavia, sendo ele um avançado centro, não estou a vê-lo tirar o lugar a Falcao e mesmo que o coloquem numa ala, não sei se o rendimento dele irá justificar a saída de Rodriguez ou Varela.
Além disso, e apesar do "Gladiador" ter jogado uns bons anos no Dinamo Kiev, a sua adaptação ao futebol português será sempre uma incógnita e isso é um risco muito grande que o FC Porto está a correr.
Assim sendo, pode ser que eu me engane e Kléber até se torne um jogador barato para os portistas, todavia, temo que mais facilmente se torne num novo Bolatti que num novo Lisandro.

Se depender dos leitores do "Outra Visão" o Sporting já ganhou a Taça de Portugal

Apesar de estar apenas em quarto lugar na Liga Sagres e a fazer uma época bastante abaixo das expectativas, o Sporting é a equipa favorita dos leitores do "Outra Visão" para vencer a Taça de Portugal.
Estes resultados não deixam de ser surpreendentes, até porque já nos quartos de final, o Sporting terá de ultrapassar o FC Porto em pleno Estádio do Dragão.
Ainda nesta sondagem, o Sporting de Braga ficou em segundo lugar e o FC Porto no terceiro posto.

Resultados finais:
  1. Sporting 48%
  2. Sp. Braga 24%
  3. FC Porto 18%

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Explorando clubes (quase) desconhecidos - Carl Zeiss Jena (ALE)

Perdido na obscuridade da terceira liga alemã está um dos maiores clubes da antiga Alemanha de Leste: Carl Zeiss Jena.
Fundado em 1903 por funcionários da empresa de óptica, Carl Zeiss, o clube de Jena teve o primeiro grande momento da sua história em 1931, quando entrou na Gauliga Mitte (campeonato regional que compreendia as regiões alemãs da Saxónia, Turingia e Anhalt), competição que venceu em 1935, 36, 40 e 41. Essas vitórias permitiram ao 1. SV Jena (como era conhecido na altura) participar no campeonato alemão, contudo, o Jena nunca fez boa figura e jamais passou da fase preliminar.
Após a 2ª Guerra Mundial, a cidade de Jena ficou na parte oriental da Alemanha e, como tal, o actual Carl Zeiss Jena teve de participar na Liga de Futebol da RDA.
Membro fundador da 2ª divisão em 1950, o Jena não teve momentos muito gloriosos na década de 50, contudo, rebaptizado de Motor Jena em 1954, o clube iria vencer a Taça da RDA (1960) e o campeonato da RDA (1963). Foi o primeiro grande passo na sua afirmação como um grande da Alemanha Oriental.
Depois, já novamente como Carl Zeiss Jena, o clube iria, entre 1966 e 1975, viver a fase mais gloriosa da sua história, conquistando mais dois campeonatos (68 e 70) e duas taças (72 e 74). Nessa fase, a equipa também conquistaria meia dúzia de segundos lugares.
No entanto, a partir de 1975, a equipa viveu um ligeiro declínio, apenas interrompido pela conquista da Taça da RDA (1980) e pela final da Taça das Taças (1981) perdida diante do Dinamo Tiblissi (1-2).
A reunificação alemã, ocorrida em 1990, apenas contribuiu para agravar esse declínio e o Carl Zeiss tem andado entre a segunda, terceira e, até, quarta divisão, restando apenas as memórias de épocas gloriosas.

Olho Clínico - Víctor Cáceres (PAR)

Está escondido no Libertad, um dos mais fascinantes médios defensivos do futebol sul-americano: Vítor Cáceres.
Muito alto (1,86 metros) e forte fisicamente, o paraguaio não é um portento de técnica, todavia, compensa esse factor com uma enorme entrega ao jogo e com uma capacidade notável de recuperação de bolas e ocupação de espaços.
Cáceres teve ainda a capacidade de subir a pulso no Libertad (estreou-se em 2006 e tornou-se titular indiscutível em 2007) e na selecção paraguaia (estreou-se em 2007 e tornou-se fundamental na qualificação para o Mundial 2010), mostrando sempre um enorme querer e raça, que todos os técnicos apreciam.
Actuando no Libertad há quatro anos e já tendo ganho diversos títulos com o clube paraguaio, Víctor Cáceres está, aos 24 anos, na altura de dar o salto. Fala-se do interesse do Boca Juniors, todavia, entendo que o sul-americano tem futebol para jogar na Europa.
Procurem-no num jogo do Paraguai e confirmem a minha tese.

Os desafios do Sporting de Braga

Poderão dizer que o Braga já fez a sua parte e que tudo o que possa vir a conquistar será sempre uma superação, todavia, não penso assim.
Os bracarenses, ao chegarem a Fevereiro como líderes da Liga Sagres e, ainda, apurados para os quartos de final da Taça de Portugal têm, forçosamente, de pelo menos conquistarem o acesso à Liga dos Campeões.
Já passou a fase da equipa sensação e, neste momento, seria uma grande desilusão para os adeptos arsenalistas, que o Braga não conseguisse um dos títulos que ainda disputa ou, pelo menos, esse apuramento para a "Champions". Talvez seja uma herança pesada e que acaba por surgir de uma primeira volta de sucesso, todavia, é um desafio que pode lançar o Sporting de Braga na imortalidade.
Lembrem-se que o seu arqui-rival, o V. Guimarães, nunca venceu o campeonato ou, até, a Taça de Portugal e, assim, uma vitória no campeonato ou a conquista de uma segunda Taça de Portugal por parte dos arsenalistas seria uma espinha bem profunda no ego vimarenense.
Assim sendo, está na hora dos bracarenses arregaçarem as mangas, perseguirem o sucesso e darem um novo passo na afirmação como quarto grande. Sábado, diante do Sporting, os guerreiros do Minho jogam o primeiro round...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Rúben Micael e a adaptação ao FC Porto

Se pensavam que iria me referir às enormes qualidades futebolísticas do Rúben ou se pensavam que iria teorizar que o ex-jogador do Nacional é o ideal para fazer esquecer o argentino Lucho González, enganaram-se.
Não é que eu não pense nisso. Penso e até acho que o Rúben Micael é um fora de série e um jogador que vai encaixar no meio campo do FC Porto como nenhum outro do actual plantel, mas o que mais me surpreendeu na adaptação do madeirense foi a adaptação à cartilha de Pinto da Costa.
Ao contrário de clubes como o Sporting, que parecem não ter um poder forte e onde todos dizem o que querem e o que lhes apetece, o FCP funciona de forma bem diferente.
No clube do dragão, existe uma lei bem definida e essa lei é a de Pinto da Costa. Ele é o Big Brother do livro de George Orwell (1984), que todos os portistas devem adorar, obedecer e seguir e o ex-jogador do Nacional provou que aprendeu rapidamente a lição.
Mal chegou ao FC Porto e já desenterrou uma situação ocorrida quando estava no Nacional e que, na altura, desvalorizou. Agora, no túnel da Luz, e segundo Rúben, Jorge Jesus colocou-lhe dois dedos na cara.
É curioso como no futebol português há coisas que nunca mudam...

Análise ao sorteio da Taça da Liga

Curiosamente, o Sporting que, no sorteio da Taça de Portugal, havia apanhado o pior sorteio possível e imaginário (FC Porto fora de casa), voltou a ter um enorme azar e terá de superar o Benfica, em casa, para estar na final da Taça da Liga. Um despique especial depois do que aconteceu na final da época passada e que manchou o prestígio da própria competição.
Ironia das ironias, o FC Porto, que sempre encarou a Taça da Liga com algum desdém e que sempre utilizou uma espécie de equipa B em todos os encontros que realizou, acabou por ser bafejado pela sorte e terá pela frente o "outsider" Académica. Ainda assim, os portistas terão de se aplicar mais do que fizeram na fase de grupos, pois, caso contrário, poderão sofrer um dissabor, pois a Briosa não é uma equipa qualquer e, estando tão perto, dará tudo para disputar a final.


Meias-Finais:


Sporting vs Benfica
FC Porto vs Académica

Olho Clínico - Sotiris Ninis (GRE)

Nasceu na Albânia, mas brilha com a camisola da Grécia e é uma das maiores promessas do futebol europeu: Sotiris Ninis.
Apesar de só ter 19 anos de idade, Ninis já actua no seu actual clube (Panathinaikos) há três anos e tem deslumbrado todos os que têm o prazer de o ver jogar. Conhecido como o Kaká helénico devido às parecenças na forma de jogar e na capacidade de construção de jogo e finta, o fantasista grego já foi considerado pelo "Don Balon" como uma das melhores dez promessas do futebol mundial.
Podendo jogar tanto a nº10 como a ala direito, Sotiris Ninis é um daqueles jogadores desequilibradores por natureza, que gosta de partir para cima dos defesas e aprecia fazes passes de ruptura. Com apenas 173cm, beneficia da estatura baixa, para rápidas mudanças de velocidade e posição que colocam os seus oponentes em constantes dificuldades.
Apenas uma época repleta de lesões (2007/08) evitaram uma ascensão mais rápida no futebol mundial, contudo, em Outubro de 2009, já se falou do interesse de clubes como o Milão e o M. United na sua contratação.
Ainda assim, é no Panathinaikos que este prodígio continua a brilhar. Procurem-no num jogo dos atenienses na Liga Europa ou num encontro da selecção grega e deliciem-se com o seu talento.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Emigrantes - Afinal o Special ainda é Special

Devo admitir que sentia que Mourinho estava a perder a sua aura. As campanhas europeias após a Liga dos Campeões e Taça UEFA conquistadas no FC Porto não atingiram o mesmo esplendor no Chelsea e, no Inter, roçaram mesmo a banalidade.
Vão, contudo, dizer-me que José Mourinho continuou a ser campeão no Inter, mas, sinceramente, entendo que isso não seria dificil. A Juventus, após a descida à Serie B, nunca mais voltou a ser a mesma. Continua uma equipa forte, é certo, mas não me parece capaz de ombrear com o Internazionale. Por outro lado, o AC Milan, sem ter passado pelas dificuldades da equipa de Turim, é, neste momento, uma equipa envelhecida e, em termos de qualidade, está longe da equipa do treinador português.
Já nem irei falar da AS Roma, Lazio ou Fiorentina, pois essas estão num patamar ainda mais baixo e triste para a competitividade da Liga que chegou a ser a melhor do Mundo em tempos de Maradona, Van Basten, Klinsmann e Rudi Völler.
Ainda assim, a forma como o Inter, ontem, venceu o Milan, a forma como controlou o jogo, actuando mais de uma hora com menos um elemento, a forma como soube se defender, sem nunca abdicar de atacar foi algo de genial.
Não é fácil resistir à expulsão de um jogador logo aos 27 minutos e, ainda para mais, Sneijder, o cérebro do futebol interista. Apesar de tudo, pareceu fácil. O Inter soube defender a vantagem de 1-0 (golo de Milito aos 10') e ainda foi sempre a equipa mais perigosa, acabando por matar o jogo com um fantástico livre de Pandev.
Aqui, tenho de me render às evidências, o Special One está bem vivo e a lição táctica que deu ontem a Leonardo, provou que continua a ser um dos melhores treinadores do Mundo, senão o melhor...

Análise à participação de Angola na CAN


Ficou perto, ainda que muitos possam dizer que ficou longe, mas Angola provou que percorreu um longo caminho desde que Manuel José chegou ao comando da selecção africana.
Sou sincero, acreditei que seria possível ver Angola campeã de África. Foi a primeira vez que vi uma equipa angolana bem distribuida no relvado, solidária e competente, mas sem perder aquela que é a génese do seu futebol, aquela rebeldia e aquele tempero picante que tornam o futebol africano tão especial.
Tirando aqueles 10/15 minutos desastrosos no encontro inaugural com o Mali, Angola empolgou-se e soube refrar os ânimos, desfrutou e sofreu, lutou e descansou. No fundo, fez sempre aquilo que tinha de fazer e, nesse aspecto, o mérito é de Manuel José. Foi pena a falta de sorte no encontro com o Gana, materializada naquele golo de Gyan, pois Angola merecia mais.
Descobrimos, ainda, dois grandes jogadores angolanos e que, por certo, merecem outros palcos: o trinco Chara (pena já ter 28 anos), que apareceu como substituto de André Makanga e, curiosamente, pareceu bem melhor do que o ausente; e Job um avançado jovem, rápido e técnicista, que demonstrou aquela mesma alegria que tinha Mantorras nos seus velhos tempos do Alverca.
Assim sendo, e apesar da eliminação nos quartos de final, os angolanos têm de levantar a cabeça, pois o futuro é risonho.

Olho Clínico - Edgar Manucharyan (ARM)

Quando pensamos na Arménia, dificilmente pensamos em futebol (tirando talvez aquele penalti falhado pelo Oceano e que nos custou a ida ao Mundial 98...) e, ainda menos, pensamos em jogadores de topo.
No entanto, nasceu na Arménia um dos maiores talentos do futebol europeu, que, após uma fase difícil da carreira recheada de lesões, está, aos 23 anos, a renascer no Haarlem da segunda divisão holandesa: Edgar Manucharyan.
Trata-se de um polivalente avançado arménio (joga em todas as posições do ataque) que iniciou a carreira profissional aos...15 anos no FC Pyunik Erevan e, entre 2002 e 2005, marcou 40 golos em 53 jogos, chamando a atenção do Ajax que não perdeu tempo na contratação do jovem prodígio.
Contudo, após um bom início pela equipa de Amesterdão, Manucharyan começou a ter uma série de lesões que o impediram de singrar no Ajax. Na verdade, o arménio dividia o seu tempo entre a enfermaria e o Jong Ajax (equipa de reservas dos holandeses).
Assim sendo, foi sem surpresa que, no início desta época, Manucharyan foi emprestado ao Haarlem, onde tem sido aposta constante e tem se destacado (14 jogos, 6 golos), mostrando as suas qualidades que passam pela técnica apurada, velocidade e frieza na hora de rematar à baliza.
Um jogador para seguirem num qualquer desafio da selecção da Arménia.

Análise ao sorteio da Taça de Portugal

Quando muito boa gente acreditava numa final de Taça entre Sporting e o detentor da prova FC Porto, eis que o sorteio lhes pregou uma partida e colocou, nos quartos de final, dragões e leões a defrontarem-se no Estádio do Dragão. Este será o prato forte da ronda e, para muitos, uma espécie de final antecipada da prova.
Ainda assim, não aceito muito bem essa designação, até porque o líder do campeonato é outro e dá pelo nome de Sporting de Braga. Os arsenalistas, por sua vez, recebem o Rio Ave e são favoritos para chegarem às meias finais da competição.
Já o finalista vencido da época passada, o Paços de Ferreira, irá receber o secundário D. Chaves e, na teoria, é favorito, todavia, os flavienses já provaram que não são uma presa fácil.
Por fim, o jogo aparentemente menos emocionante será o desafio que colocará frente a frente, Pinhalnovense da II divisão e a Naval. Contudo, neste encontro, a emoção passa pelo facto da equipa secundária jogar em casa e, como tal, poder agigantar-se e, quiçá, fazer taça. Os verdadeiros amantes do futebol (menos os navalistas claro) torcem por isso...


Quartos de Final (02/02/2009)


FC Porto vs Sporting
Sp. Braga vs Rio Ave
P. Ferreira vs Chaves (LH)
Pinhalnovense (II) vs Naval

domingo, 24 de janeiro de 2010

Renascidos da bola - Mario Bolatti (ARG)

Assinou há poucos dias pela Fiorentina, chegou à Selecção da Argentina e, aos 24 anos, Bolatti é visto como uma excelente promessa da equipa das Pampas. Um exemplo de como o futebol é volátil e de que se pode passar rapidamente de besta a bestial.
Recordo-me que o argentino chegou ao FC Porto no verão de 2007, vindo do Belgrano e rotulado de grande promessa do futebol sul-americano. No entanto, sempre que jogava, Bolatti mostrava ser um jogador pesado e totalmente inadaptado ao futebol dos portistas.
Existem casos em que ainda se vislumbra qualidade, apesar da inadaptação do atleta, todavia, este não era o caso e todos se apressaram em constatar que os dragões haviam arranjado mais um barrete como Benítez ou Kralj (o Olympiakos está eternamente grato...).
Ainda assim, e depois de muita dificuldade em colocá-lo em algum lado, o FC Porto conseguiu emprestá-lo em 2009 ao Huracán e, de regresso à Argentina, Bolatti transfigurou-se. Titularíssimo tornou-se num médio-centro de excelência, defendendo bem, atacando com qualidade, marcando golos e conquistando aquilo que se pensava impossível há um/dois anos: Chegar à Selecção (marcou um golo importantíssimo em Montevideu) e ser eleito o melhor jogador do Clausura 2009.
Agora, chegado a Florença, Bolatti tem uma missão complicada: Provar que a passagem pelo FC Porto foi apenas um acidente na sua carreira. Se conseguir, pode ser um trampolim para se tornar um jogador do top, mas, se falhar, poderá ser o adeus ao sonho de uma carreira na Europa e um regresso ao esquecimento que, aí, será sem retorno.

E o melhor futebol da CAN para os leitores do "Outra Visão" é o do...Egipto

O actual bicampeão africano e que venceu todos os jogos da 1ª fase da CAN 2010 foi reconhecido pelos leitores do "Outra Visão" como a equipa que, até ao final da fase de grupos, praticou melhor futebol na CAN.
Uma distinção justíssima para uma equipa que tem dominado o futebol africano e que apenas por manifesta infelicidade não vai estar presente no Mundial 2010.
Nesta sondagem, Angola ficou em segundo lugar e a Costa do Marfim quedou-se pela terceira posição.


Resultados Finais:
  1. Egipto 44%
  2. Angola 38%
  3. Costa do Marfim 18%

sábado, 23 de janeiro de 2010

Rui Patrício - O paradoxo físico

Sempre que olho para o Rui Patrício tenho aquela sensação de estar a olhar para o Damas. Calma, muita calma, não é o que estão a pensar... Refiro-me à fisionomia do jogador, que até parece perfeita para um jogador de topo. Alto, esguio e de braços longos, quem o vê pela primeira vez pensa que se trata de um senhor dos ares, alguém que, a cada cruzamento, recolhe facilmente a bola no ar e a guarda nas mãos como se de um tesouro se tratasse. Uma fronteira quase inexpugnável entre os intentos do adversário e a linha de baliza.
No entanto, jogo após jogo, vemos que não é assim. Cada cruzamento é um pesadelo que faz muito bom adepto leonino voltar a acreditar em Deus. Um momento em que o sportinguista sustêm a respiração e reza para que, ao menos daquela vez, o Rui Patrício agarre a bola com segurança. Algo que parece tão fácil, mas que, para o "keeper", nem tanto.
Curiosamente, o ponto forte do jogador do Sporting é algo que, pela fisionomia do mesmo, até se aceitava que fosse o mais complicado. Ele normalmente defende bem as bolas junto à relva, sai-se de forma rápida e efectiva ao adversário e, nesse campo, transmite muita segurança à equipa e aos adeptos.
Assim, parece-me a mim que estamos perante um problema muito mais fácil de resolver do que se esperava. O Rui já é bom naquilo que lhe seria mais difícil dominar e, assim, só tem de aprender a fazer aquilo que, na realidade, devia saber desde o berço. Uma questão que cabe aos treinadores do SCP ajudarem, da melhor maneira possível o "keeper" leonino a superar e, assim, a torná-lo num dos melhores guarda-redes da Europa.

PS: Não se esqueçam, também, de o ajudarem a melhorar o jogo com os pés. O Sá Pinto já lá não está, mas nunca fiando

Olho Clínico - Eden Hazard (BEL)

Longe dos tempos de Enzo Scifo ou Michel Preud'Homme, a Bélgica encontra-se numa fase muito negra da sua história futebolística. Os belgas não disputam uma fase final de um grande competição desde 2002 e isso faz com que o seu desporto rei acabe um pouco esquecido pelos adeptos de futebol internacional.
Ainda assim, existem pequenos sinais de mudança, pois, na nova geração do futebol belga, já apareceram jogadores muito talentosos que podem voltar a colocar os diabos vermelhos na elite do futebol mundial e um deles é Eden Hazard.
O extremo de 19 anos já foi comparado a Cristiano Ronaldo e é conhecido pela sua elevada capacidade técnica, sendo um desequilibrador nato. Extremamente rápido, o jogador do Lille tem encantado todos os que o têm visto e é, claramente, um jogador para outros palcos.
Apesar de muito jovem, o belga já tem 10 internacionalizações e efectuou 54 jogos na Ligue 1, o que é notável. Criado para destruir autocarros defensivos e para arrancar sorrisos ao adepto mais carrancudo, Hazard já está a ser vigiado pelos grandes clubes europeus e acredita-se que dará o salto o mais rapidamente possível.
Se duvidam do seu enorme talento, vejam o video abaixo e confirmem a minha tese.

http://www.youtube.com/watch?v=VQTyv2oh5AA&feature=fvst

O melhor onze - FC Porto

Apesar de continuar em quatro frentes, o FC Porto não está a fazer uma época muito conseguida em termos exibicionais. A equipa tem perdido pontos em casa (empates com Belenenses e Paços por exemplo), que eram impensáveis em épocas anteriores.
Parece-me, ainda assim, que o FC Porto tem plantel para fazer melhor e é preciso haver coragem para retirar Raul Meireles do onze, pois ele é, na minha opinião, a peça que está a encravar a fluidez do jogo azul e branco.
Assim sendo, irei explanar aquela que seria a minha visão do melhor onze do FC Porto. Uma equipa mais criativa e imprevisível.


Na baliza, jogaria aquele que entendo ser, de longe, o guarda-redes que dá mais garantias aos dragões (Helton). Um guarda-redes seguro e com uma qualidade muito importante no futebol moderno: lança muito bem o ataque.

Em relação ao habitual quarteto defensivo azul e branco, também não modificaria nada. Álvaro Pereira, à esquerda, seria o lateral mais ofensivo e Jorge Fucile, na direita, seria o lateral com mais preocupações defensivas. A centrais, estariam o xerife Bruno Alves e Rolando. Dois jogadores que além de serem seguros a defender, são muito bons em bolas paradas, tanto defensivas como ofensivas. O xerife tem ainda a vantagem de sair muito bem para o ataque e de poder ser um ponto de partida para os ataques portistas.

No miolo, jogaria um trinco que, não tendo muita técnica, é um prodígio na destruição de jogo (Fernando). À frente dele, e ligeiramente descaído para a direita para compensar a menor capacidade ofensiva de Fucile, jogaria Guarín. Este jogador, pelas suas características, seria uma espécie de Box to Box e faria a ligação entre o destruidor Fernando e o criativo Belluschi, que jogaria solto a nº 10, com poucas preocupações defensivas e total liberdade para criar jogo ofensivo para os azuis e brancos.

No ataque, dois alas/extremos rápidos, criativos e com excelente capacidade no um para um (Rodríguez e Varela) e um ponta de lança que é um goleador e, acima de tudo, um rato de área (Falcao).

Utilizando ainda Hulk, na segunda parte, para martirizar as defesas contrárias, esta seria uma equipa do FC Porto, que lutaria, sem problemas, pelo título nacional.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Análise à 1ª fase da CAN


Tratou-se de uma primeira fase que prometeu muitas surpresas, mas que acabou por não proporcionar quase nenhuma, com quase todos os favoritos a passarem com as excepções de Mali e Tunísia, ainda que, no caso dos malianos, nem será assim uma grande surpresa, pois defrontavam Angola (país organizador) e a mundialista Argélia.

No Grupo A, apuraram-se Angola e Argélia e ficaram pelo caminho Mali e Malawi. Todavia, após a primeira jornada, nada levava a crer que assim fosse.
Os palancas negras, que até ganharam o grupo, entraram a desperdiçar uma vantagem de quatro golos para empatarem (4-4) com o Mali, todavia, uma vitória sobre o Malawi (2-0) e um empate com a Argélia bastou para chegarem ao primeiro lugar.
Os norte-africanos ainda conseguiram começar pior, pois foram copiosamente derrotados (0-3) pelo Malawi. Ainda assim, uma vitória por 1-0 diante do Mali e o referido empate com os angolanos acabou por ser suficiente para o apuramento dos argelinos no 2º lugar.
O Mali apesar da vitória no último jogo (3-1) sobre o Malawi acabou por pagar a irregularidade e, acima de tudo, aquele desaire diante da Argélia, acabando, tal como o Malawi (não deu continuidade à vitória diante da Argélia) por ficar precocemente pelo caminho.

No Grupo B, a desistência do Togo, deixava o agrupamento com apenas três equipas. Duas mundialistas (Costa do Marfim e Gana) testavam a capacidade do Burkina Faso de Paulo Duarte.
Curiosamente, o B. Faso até começou muito bem, ao empatar com os marfinenses (0-0). Depois, a equipa de Drogba venceu o Gana por 3-1, deixando o Burkina Faso a precisar apenas de um empate com o Gana para se apurar.
No entanto, um golo de Ayew foi suficiente para o Gana eliminar o Burkina Faso (1-0) e se apurar no segundo lugar. Este resultado permitiu também que a Costa do Marfim vencesse o grupo.

O Grupo C foi claramente o menos emocionante. Duas equipas (Egipto e Nigéria) mostraram ser muito superiores às outras duas (Benim e Moçambique).
O Egipto conseguiu vencer mesmo todos os jogos (Nigéria (3-1); Moçambique (2-0) e Benim (2-0)) acabando por vencer o grupo.
A Nigéria, por seu lado, e à excepção do desaire com os Faraós, também passeou superioridade nos jogos com Benim (1-0) e Moçambique (3-0), acabando por se apurar facilmente no segundo lugar.
O Benim e os Mambas acabaram eliminados sem qualquer surpresa, terminando esta CAN com apenas um ponto, fruto do empate entre ambos (2-2) na primeira jornada.
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Por fim, o grupo D, o mais emocionante da 1ª fase da CAN. À partida para a última jornada, o Gabão tinha uma vitória sobre os Camarões (1-0) e um empate com a Tunísia (0-0) e liderava o agrupamento com quatro pontos. Por outro lado, a Zâmbia tinha um empate com a Tunísia (1-1) e uma derrota com os Camarões (2-3) e estava em último lugar.
Todavia, a Zâmbia venceu o Gabão (2-1) e, com o empate no Camarões-Tunísia (2-2), acabou por vencer o grupo, ficando os camaroneses no segundo lugar e os gaboneses acabaram por descer a um impensável terceiro lugar. Todas estas equipas acabaram com quatro pontos e o desempate acabou por ser os golos marcados nos confrontos directos.
Em último acabou a Tunísia, que se despede da CAN sem ter perdido nenhum jogo (três empates).

Destaques da primeira fase:

Melhor equipa: Egipto
Equipa desilusão: Mali
Melhor jogador de campo: Flávio (Angola)
Melhor marcador: Flávio (Angola) e S. Keita (Mali) 3 golos
Melhor guarda-redes: Ovono (Gabão)

Quartos de Final:
Angola-Gana
Costa do Marfim-Argélia
Egipto-Camarões
Zâmbia-Nigéria



Olho Clínico - Emilio Izaguirre (HON)


Costumamos dizer que existem poucos defesas esquerdos de qualidade em Portugal e, sempre que se tenta contratar um no estrangeiro, raramente se acerta, acabando quase sempre por vir um "barrete".
Ainda assim, penso que é falta de visão dos nossos olheiros, porque existem bons laterais esquerdos por esse mundo fora e, alguns deles, bem pouco onerosos como o titular da selecção das Honduras.
Emilio Izaguirre é, aos 23 anos, já uma certeza do futebol hondurenho. Lateral esquerdo que também pode jogar como médio. Trata-se de um jogador rápido que defende muito bem, mas que ataca ainda melhor, efectuando cruzamentos letais para os avançados. Muito bom técnicamente e excelente nas transições, poderá ser um diamante por lapidar.
Apesar de já ter 36 internacionalizações pelas Honduras (1 golo), ainda está "perdido" no campeonato local, no Motagua. Sendo, claramente, uma excelente aquisição para qualquer clube português de nível médio e médio alto.
Procurem-no num próximo encontro da selecção hondurenha e confirmem a minha tese.

Explorando clubes (quase) desconhecidos - Stade Reims (FRA)

Está perdido na terceira divisão francesa, o National, aquele que chegou a ser o maior clube gaulês de futebol, o Stade Reims. Esta equipa é pouco conhecida nos tempos que correm, mas, na década de 50, foi das poucas a conseguir ombrear com o Real Madrid, atingido duas finais da Taça dos Campeões, ambas perdidas diante dos madrilenos.
Fundado em 1931, foi a seguir à 2ª Guerra Mundial, que, após se profissionalizar, o Reims começou a assumir-se como uma potência do futebol francês. Entre 1949 e 1962, o clube venceu 6 campeonatos de França, 2 Taças de França, 1 Taça Latina e ainda disputou duas finais da Taça dos Campeões. Um período de sonho onde pontificaram nomes como Raymond Kopa ou Just Fontaine.
Todavia, os grandes jogadores começaram a abandonar o Reims e, no final da época 1963/64, o clube acaba por surpreendentemente descer à segunda divisão, apenas regressando ao convívio dos grandes em 1970/71.
Entre 1971 e 1979, o clube disputou a primeira divisão, mas estava longe do grande Reims do passado, não conquistando qualquer título e nunca acabando o campeonato acima da quinta posição. No final da época 1978/79 acabou mesmo por descer novamente à segunda divisão.
A partir daqui, o clube entrou mesmo em declínio profundo. Ainda esteve perto de subir à primeira divisão em meados dos anos 80, mas nunca o conseguiu. Além disso, os problemas financeiros agravaram-se e o Reims entrou numa situação cada vez mais delicada, acabando mesmo por chegar a jogar na quarta divisão de França.
Neste momento, o Stade Reims encontra-se longe dos grandes palcos na National, no entanto, mesmo que nunca volte aos seus tempos de glória, este clube, por tudo o que conquistou, jamais será esquecido.

Dados do Clube:

Nome completo: Stade de Reims
Fundação: 1931
Estádio: Auguste Delaune (21668 lugares)
Equipamento: camisola vermelha com mangas brancas, calção branco, meias vermelhas
Principais Títulos: Campeão de França (49, 53, 55, 58, 60 e 62); Taça de França (50 e 58); Taça Latina (53)
Presidente: Jean-Pierre Caillot
Treinador: Marc Collat

Equipa tipo: Ferrand; Tacalfred, Ielsch, Barbier e Deaux; Guégan, Krychowiak, Tainmont e Gragnic; Fauré e Fortes

As faltas de respeito - Parte II


Ainda a digerir esse fraquinho: Sporting-Mafra, somos confrontados com mais um acontecimento que, provavelmente, entrará no leque dos momentos mais tristes de sempre do futebol português.
O reincidente Sá Pinto, que granjeou muita da sua fama entre os adeptos leoninos por ter andado ao soco com Artur Jorge (e Rui Águas...), terá decidido criticar Liedson, apenas porque o luso-brasileiro estava a defender Rui Patrício dos apupos dos adeptos leoninos.
Talvez desencantado por o avançado do Sporting estar a defender um colega e a mostrar que o balneário dos leões está mais saudável do que nos tempos em que o próprio Sá Pinto lá andava, o director-geral do SCP (sim, ele é (ou era) director-geral de um clube) decidiu partir para o soco com Liedson, perante o ar incrédulo de Carvalhal, que, inerte, fez de José Peseiro em toda esta situação.
Numa altura em que o Sporting está com seis vitórias consecutivas, esta é uma situação que em nada vem ajudar o clube, que terá de saber gerir bem este acontecimento. Despedir Sá Pinto será inevitável. Quanto a Liedson, um severo castigo (financeiro) deverá bastar, pois, segundo os relatos, o levezinho apenas veio em defesa de um colega e tentou zelar pelo bem estar do balneário, aquilo, que, basicamente, deveria fazer um director desportivo.
Mais uma triste história que nunca poderá ter um final feliz.

As faltas de respeito - Parte I

Ainda ontem havia referido e enaltecido a magia da Taça e o gosto que me dava sempre que um pequeno clube batia o pé a um grande. Na verdade, grande parte da essência do futebol passa por aí. Passa pelo pontapé na lógica e pela negação do normal curso dos acontecimentos. Tenho a certeza que, se assim não fosse, o futebol nunca tinha chegado a metade do que representa hoje em todo o mundo.
Ainda assim, essa situação só tem valor quando deriva de duas equipas dignas e em que a teoricamente inferior se supera e consegue o que normalmente lhe seria impossível. Uma espécie de conto de fadas que, em campo, provam ser real.
Ora, o que aconteceu ontem em Alvalade, principalmente após o 4-1, foi algo de inqualificável. Foi ver uma equipa, o Sporting, a demonstrar uma profunda falta de respeito pelo adversário, Mafra. Uma equipa que, apesar de muito superior, se limitava a fazer correr o tempo, como que se o adversário não tivesse honra ou qualquer valor.
Este é um problema que acontece muitas vezes às equipas grandes que não percebem que uma vitória por 6 ou 7 a zero é maior prova de respeito ao adversário do que uma vitória tangencial, que apenas assim foi porque se jogou a 20% das capacidades.
Ontem, por demérito leonino, o Mafra ainda chegou ao 4-3, mas, provavelmente, aqueles jogadores teriam-se sentido bem mais orgulhosos se tivessem perdido por um resultado mais pesado, pois talvez fosse sinal de uma atitude mais digna dos verde e brancos.
Assim sendo, ficou a receita do jogo e quinze de minutos de fama para o avançado Zhang, ou eu não me lembrasse de Ivo Damas...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Voltou a festa da Taça


Sempre gostei da Taça de Portugal. Sempre gostei de ver aquelas equipas do escalão secundário a ombrearem com os grandes clubes e, por vezes, até a derrubá-los, ganhando um lugar eterno na história do futebol português.
Desde sempre, a prova rainha do futebol nacional foi, também, a mais democrática. Clubes como o V. Setúbal, Braga, Leixões, Académica e Beira-Mar "aproveitaram-na" para escrevem o seu nome no livro de conquistas do futebol português. A Taça teve, na verdade, sempre esse condão. Uma fuga à monotonia das conquistas, um fugaz combate à ditadura que os três grandes sempre assumiram no nosso desporto rei.
Todos lembramos clubes como o Gondomar, o Tirsense ou o Atlético com um enorme sorriso. Todos ansiamos por saber quem poderá ser o novo tomba gigantes, o novo nome que nos garante que o futebol não é, nunca foi, nem nunca será uma ciência exacta e continuará sempre a ter essa magia.
Hoje têm início os oitavos de final e, curiosamente, o Mafra até vai a Alvalade...

Oitavos de Final (Taça de Portugal 2009/10)

Hoje:
Camacha (II) vs Pinhalnovense (II) 15h
Nacional vs Paços de Ferreira 16h
Aliados (II) vs Naval 16h
Rio Ave vs V. Guimarães 19h
Freamunde (LH) vs Sp. Braga 19:30h
Belenenses vs FC Porto 20:45h
Sporting vs Mafra (II) 21h

Domingo:
D. Chaves (LH) vs Beira-Mar (LH)

Olho Clínico - Mexer (MOÇ)

A chegada deste moçambicano ao Sporting surpreendeu muito boa gente em Portugal. Antigo defesa-central do Desp. Maputo, Mexer era um completo desconhecido e acabou por gerar grande desconfiança entre adeptos leoninos, que, ainda hoje, têm dificuldade em assumi-lo como reforço de inverno ao contrário de Pongolle ou João Pereira.
Ainda assim, e após visionar o encontro com o Egipto, posso garantir que, aos 24 anos, Mexer é um excelente central. Um líder natural com velocidade, posicionamento, capacidade de desarme e uma cultura táctica que surpreende vindo de um jogador que apenas conhece o Moçambola...
Assim sendo, convido-os, hoje, a verem o Nigéria-Moçambique e a procurarem por ele no centro da defesa dos moçambicanos. Se forem adeptos do Sporting, pode ser que acabem o desafio surpreendentemente entusiasmados.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Ressureição do Sporting (Parte II) - O efeito João Pereira

João Pereira apareceu no Benfica na época 2003/04 como extremo direito, mostrando bastantes qualidades e, até, fazendo alguns golos pelos encarnados.
Contudo, a sua irreverência e até algum carácter indomável do actual jogador do Sporting, custava-lhe sempre vários cartões e a irritação dos seus treinadores no Benfica. Assim, acabou por não surpreender que Koeman o acabasse por dispensar e que João Pereira acabasse no Gil Vicente.
Curiosamente, essa ida para o clube de Barcelos acabou por ser o melhor que podia acontecer ao atleta, pois João Pereira foi conseguindo atenuar a sua agressividade e, sem perder a irreverência, tornou-se um jogador muito mais adulto.
Assim sendo, e já totalmente reconvertido em lateral, João Pereira foi, durante duas épocas e meia, o dono do lado direito da defesa dos bracarenses, que o resgataram ao Gil Vicente em 2007/08 e ajudaram a tornar João Pereira no segundo melhor lateral português da actualidade a seguir a Bosingwa.
Neste defeso de Inverno, o Sporting entendeu que estava na altura de apostar num defesa direito mais completo e assegurou João Pereira e o melhor elogio que se pode fazer ao mesmo é que ele foi, provavelmente, o maior catalisador da enorme subida de forma dos leões. O lateral direito tem dado segurança defensiva, tem conseguido dar profundidade ofensiva e até tem ajudado a acabar com um dos maiores problemas do futebol dos leões nos últimos tempos: a previsibilidade do seu jogo.
Assim sendo, e por tudo que tem mostrado, espero ver o nome de João Pereira nos 23 que irão à África do Sul, porque caso contrário será uma enorme injustiça. Infelizmente, estamos habituados a estas no futebol português.

O melhor onze - Marítimo

Curiosamente, é no dia seguinte a uma goleada sofrida pelos insulares (0-5 diante do Benfica), que venho apresentar aquela que, para mim, seria a melhor equipa do Marítimo, todavia, não passa de uma circunstancialidade até porque, para mim, Van der Gaag tem feito um bom trabalho na equipa madeirense.
O Marítimo, tal como o V. Guimarães, é uma equipa que tem um plantel de qualidade muito acima da média. Jogadores como Djalma, Peçanha, Manu ou Alonso são exemplos de atletas muito acima da média e que deveriam, facilmente, catapultar os insulares para uma classificação acima da que têm actualmente (9º lugar).
No entanto, sabemos que, por vezes, não é fácil agarrar num grupo de bons jogadores e fazer uma equipa. A escolha do onze base nem sempre é fácil e, muitas vezes, a escolha de este ou aquele jogador tem de ser feita em função do que ele trás ao colectivo e nem tanto pelo valor individual do mesmo. Assim sendo, este seria o meu onze do Marítimo.

Um guarda-redes seguro e regular (Peçanha) comandaria uma linha defensiva de quatro elementos bastante equilibrada com dois laterais que sabem defender e atacar (Alonso e Paulo Jorge) e dois centrais que, sem serem exuberantes ou fora de série, são relativamente seguros (Fernando e Róbson).
No miolo do terreno, apostaria na dupla: Olberdam e Roberto Sousa. Dois médios centro que garantiriam boa capacidade de recuperação de bolas e, acima de tudo, têm excelente capacidade de transição tanto ao nível defesa-ataque, como ataque-defesa. Estes elementos seriam o ponto fulcral do onze e da boa forma deles dependeria grande parte do sucesso táctico do mesmo.
A nº 10 apostaria claramente em Marcinho. Um desequilibrador nato, mas que é altruísta o suficiente para saber decidir quando deve fazer uma jogada individual ou um passe de morte.
Por fim, e também um dos segredos do onze, passava pela utilização de três avançados em constante movimento: Djalma, Pitbull e Manu. Estes têm características que lhes permitem, facilmente, mudar constantemente de posição e, assim, baralhar as marcações das defensivas contrárias. Além disso, a boa capacidade individual do trio iria forçar os adversários a cometerem muitas faltas e a verem cedo cartões o que os condicionaria rapidamente no desafio.
Utilizando Baba como arma secreta, em situações em que as características do jogo forçassem um futebol mais directo, este seria um onze para o Marítimo lutar pelo quinto/sexto lugar.

Olho Clínico - Emad Moteab (EGI)

Nos tempos que correm não é normal destacarmos um jogador de 26 anos e que ainda joga num campeonato africano como alguém com potencial para jogar no campeonato europeu, porém, e por mais incompreensível que possa parecer, ainda existem casos destes.
O egípcio Emad Moteab, atacante do Al-Ahly, é um desses exemplos. Goleador com provas dadas no campeonato do Egipto (172 jogos, 98 golos) e selecção dos Faraós (55 jogos, 25 golos), foi permanecendo no campeonato norte-africano, com excepção de uma temporada, por empréstimo, no Al-Ittihad da Arábia Saudita onde também brilhou (25 jogos, 13 golos).
Avançado rápido e com boa técnica, Moteab faz do oportunismo o seu principal predicado, parecendo estar sempre no sítio certo para fazer o golo.
Em tempo de CAN e onde Emad até já fez um tento, convido-vos a verem o próximo jogo dos egípcios e a procurarem por este avançado, que, por certo, vai confirmar ser um dos goleadores da actualidade.

Explorando clubes (quase) desconhecidos - Trabzonspor (TUR)

Nas margens do Mar Negro mora um dos grandes clubes turcos, que, pela grandeza dos três grandes de Istambul (Besiktas, Fenerbahçe e Galatasaray), acaba por sofrer de algum esquecimento, o Trabzonspor.
Única equipa fora da antiga Constantinopla a vencer o título turco (6 vezes), o Trabzonspor foi fundado em 1967 por fusão de dois clubes de Trabzon, o Idmangücü e o Idmanogagi. Esta união foi forçada pela Federação turca que, na altura, procurava criar uma Liga de futebol mais competitiva.
A tempestade do Mar Negro (alcunha do clube) permaneceu na segunda divisão até à época 1973/74 quando venceu o campeonato secundário e foi promovido à primeira divisão turca.
A partir desse momento, o Trabzonspor viveu o momento mais alto da sua história, pois entre 1975 e 1984 foi campeão turco por seis vezes e, quando não venceu o campeonato, acabou na segunda posição. Foi uma época gloriosa em que a equipa teve jogadores do calibre de Senal Günes e Turgay Semircioglu e em que também conquistou três Taças da Turquia.
Todavia, desde 1984, o Trabzonspor decaiu de rendimento e nunca mais voltou a ser campeão. Ainda assim, venceu quatro Taças da Turquia e jogou inúmeras vezes nas competições europeias, mantendo-se como um dos quatro gigantes do campeonato turco.
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Dados do Clube:
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Nome completo: Trabzonspor Kulubu
Alcunha: Karadeniz Firtinazi (Tempestade do Mar Negro)
Fundação: 1967
Estádio: Huseyin Avni Aker Stadium (32895 espectadores)
Equipamento: camisola vermelha com mangas azuis, calção e meias vermelhas
Principais Títulos: Liga Turca (76, 77, 79, 80, 81 e 84); Taça da Turquia (77, 78, 84, 92, 95, 03, 04); Supertaça (76, 77, 78, 79, 80, 83 e 95)
Presidente: Sadri Sener
Treinador: Senol Günes
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Equipa tipo: Tony Silva; Cale, Rigobert Song e Egemen Korkmaz; Gabric, Colman, Balci, Alanzinho e Gulselam; Guttierez e Umut Bulut

E o melhor jogador da Liga Sagres para os leitores do "Outra Visão" é... Javier Saviola

O argentino do Benfica, que marca golos à sete jogos consecutivos foi considerado pelos leitores deste blog o melhor jogador do campeonato português.
Esta distinção apenas vem de encontro à grande época de Javier Saviola, que tem sido, provavelmente, o jogador mais influente do Benfica de Jorge Jesus.
Em segundo lugar ficou o sportinguista Liedson e, em terceiro, ficou o também benfiquista Ramires.

Resultados Finais:
  1. Javier Saviola (SL Benfica) 55%
  2. Liedson (Sporting CP) 33%
  3. Ramires (SL Benfica) 12%

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Taça da Liga - O paradoxo

Ontem tivemos mais uma jornada da Taça da Liga. A segunda para os mais distraídos, que, em Portugal penso que são grande parte dos adeptos de futebol.
Lamentou-se muito há uns tempos atrás da falta de jogos no calendário nacional. Situação que surgiu devido à redução da nossa 1ª divisão de 18 para 16 equipas e a solução, na minha opinião bastante apropriada, foi a criação da Taça da Liga.
A competição tem várias inovações, que passam por prémios financeiros bastante apelativos (1 milhão de euros para o vencedor por exemplo), preços de bilhetes reduzidos, maiores fontes de receitas para os clubes e, talvez a principal, a possibilidade de os clubes terem outra competição para ganhar, tornando o futebol mais democrático.
Infelizmente, e apesar de todos os esforços da Liga, a Taça da Liga continua pouco mais que moribunda. Os jogos têm assistências miseráveis, existem clubes que pura e simplesmente usam a competição para rodar o plantel e aparentam não ter o objectivo de ganhar a competição, mas apenas que ela acabe o mais rapidamente possível (olá FC Porto)...etc
Não estou a dizer que a competição é perfeita. Na minha opinião, o modelo podia ser repensado, pois entendo que as 32 equipas deviam entrar na mesma altura na competição (8 grupos de 4 a 1 volta...) e situações como a rábula do Portimonense e Académica não podem voltar a acontecer. Ainda assim, os clubes e adeptos que tanto solicitaram mais competição não podem agora virar as costas ao que lhes foi dado, pois estão a matar aquilo que, na minha opinião, foi das melhores ideias do futebol português nos últimos tempos.